quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sobre nossos filhos

Por Mariah Silvestre,



Sabe quando seu filho começou a mentir? Quando ele percebeu que alguém havia mentido pra ele.
Sabe quando seu filho começou a pegar o brinquedo dos amiguinhos e levar pra casa? Quando ele trouxe um sem querer e você não se preocupou em ir devolver.
Sabe quando seu filho começou a falar palavrão? Quando alguém falou um palavrão na frente dele.

Observe que quando uma criança nasce ela não sabe nada. Tudo o que ela faz é cópia de um comportamento que ela presenciou. E quando isso muda? Quando uma pessoa comecar a criar comportamentos novos? 
Você, que está lendo agora, quando você foi falso/a com o primeiro colega, você fez isso por sua própria criatividade ou você viu alguém fazendo isso com você antes e então copiou a atitude?
E sua primeira briga séria na escola, aquele puxão de cabelo e aquele soco você inventou ou você já tinha visto alguém puxando o cabelo de alguém? Já tinha visto alguém levando um soco?
Quando você entrou no seu último emprego, você foi completamente original ou você se moldou a dinâmica de empresa pra se encaixar e manter seu novo emprego?

Acho que posso parar por aqui... Já deu pra entender.

E sobre o que é certo ou errado, como você sabe o que é certo e o que é errado? Alguém teve que dizer pra você saber, não é mesmo? 
Hoje você sabe que pegar o brinquedo do amigo se chama ROUBAR, mas seu filho sabe disso na primeira vez que ele faz isso? Ele sabe q é errado ou ele só pegou o que gostou?
Diga você, afinal é quem melhor conhece seu filho...

E se ninguém disser que é errado? E se uma criança não tiver alguém q lhe ensine isso? 

Isso tudo é pra falar da educação. Não da educação que ele deve receber na escola, mas a educação de dentro de casa, aquela q diz que bater no amiguinho é errado, que respeitar as pessoas é necessário, que tratar as pessoas com gentileza é a forma mais fácil de viver em sociedade.
Uma criança que não teve um lar não recebe essas informações, não tem de quem copiar esse comportamento e quando ela crescer ela não vai saber se comportar assim.

Se ela apanhou, ela vai bater. 
Se não foi respeitada, não vai respeitar.
Se ninguém disse que roubar é errado, ela vai roubar.

Sinto muito, mas as atitudes do seu filho são de total responsabilidade sua! Só sua, porque ele copia o que você ensinou pra ele, o que você permitiu que ele presenciasse.
E uma criança que não tem pais?
Um adolescente que tem um pai dependente alcoólico, ele sabe como é a vida real ( não aquela que a gente mostra no Instagram) sem a presença do álcool?

- Mas, Mariah, meu vizinho apanhava de um pai bêbado todo dia e hoje ele é pastor da minha igreja! 

E quem o levou a igreja pela primeira vez? Quem disse pra ele que na igreja ele encontraria paz? Quem disse pra ele o que é paz? Seu vizinho apreendeu com alguém que aquela maneira de viver, apanhando todo dia, não era a única maneira, e eu fico muito feliz por isso :)
Mas e os outros que não tiveram a mesma sorte?

- Mas, Mariah, e o livre-arbítrio? As pessoas escolhem ser boas ou ruins!

É verdade, mas antes elas precisam saber o que é ser boa e o que é ser ruim pra depois escolher. Sem educação como essa pessoa vai saber se está sendo boa ou ruim? Ela pode só estar fazendo o que fizeram pra ela... Independente de ser bom ou ruim...
Além disso tem a questão do costume/vício. Eu costumo tomar banho todo dia, o dia q não tomo me sinto estranha. Uma pessoa que costuma brigar todo dia, o dia que não briga sente que está faltando algo e acha estranho ( quem já passou por uma relação difícil sabe do que eu estou falando, o dia que não briga é o dia que mudou alguma coisa. Soa aquele alarme na cabeça, ou você se desespera ou dá graças, mas normal é que não está).

São só divagações sobre a ideia da maioridade penal aos 16 anos.


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